Terapia PRP (terapia de plasma) em dermatologia e cosmetologia
Terapia PRP (terapia de plasma) em dermatologia e cosmetologia: efeitos, indicações, métodos de realização
Shubenok P.Dermatologista, MD
12 min ler·Dezembro 23, 2025
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A terapia PRP (plasma rico em plaquetas), também conhecida como terapia de plasma ou terapia de plasma autólogo, é um método invasivo de bioestimulação baseado na introdução do próprio plasma sanguíneo do paciente, com o objetivo de estimular os processos regenerativos da pele e tratar doenças tricológicas.
Animação 3D – Terapia PRP
História do método e sua evolução
A tecnologia da terapia PRP surgiu no século XX, quando os concentrados de plaquetas começaram a ser utilizados para corrigir a trombocitopenia. A partir de 1990, o método foi introduzido na odontologia e na cirurgia maxilofacial, graças à comprovação do grande potencial regenerativo das plaquetas. Mais tarde, a terapia PRP tornou-se popular na ortopedia e na medicina desportiva e, no início do século XXI, na dermatologia e cosmetologia.
Benefícios biológicos do PRP: como funciona a biostimulação
A injeção de plasma rico em plaquetas na pele desencadeia uma cascata de reações naturais:
Ativação plaquetária e liberação de fatores de crescimento.
Estimulação dos fibroblastos: células responsáveis pela produção de colagénio, elastina e ácido hialurónico.
Aumento da angiogénese: formação de novos vasos sanguíneos.
Melhoria da microcirculação e do trofismo tecidual.
Redução da inflamação e ativação dos processos de cicatrização.
Aceleração da renovação epidérmica e fortalecimento da matriz extracelular.
Isto resulta numa forte bioestimulação facial e corporal, melhorando a qualidade da pele.
Mecanismo de ação
O citoplasma das plaquetas contém três tipos de grânulos secretores que desempenham um papel fundamental na terapia:
Grânulos densos: contêm catecolaminas, serotonina, ADP, ATP e cálcio;
Grânulos alfa: principal fonte de fatores de crescimento, interleucinas e citocinas;
Lisossomas: contêm hidrolases ácidas.
Mediante a influência dos fatores de crescimento, começa a migração e proliferação de fibroblastos, células endoteliais e epiteliais, forma-se a matriz extracelular, intensifica-se a angiogénese e ocorre a remodelação do tecido conjuntivo.
Principais fatores de crescimento e seus efeitos
Componentes-chave da terapia com plasma rico em plaquetas (PRP) que garantem a sua eficácia:
PDGF (fator de crescimento plaquetário): estimula a proliferação de fibroblastos, células musculares lisas e células do endotélio vascular, ativa os macrófagos, intensifica a quimiotaxia e a angiogénese.
TGF-β (Fator de crescimento transformador beta): regula a proliferação e diferenciação celular, estimula a síntese de colagénio dos tipos I e III, elastina e glicosaminoglicanos, e possui efeito anti-inflamatório.
VEGF (Fator de crescimento endotelial vascular): principal regulador da angiogénese, estimula o crescimento e a permeabilidade de novos capilares, melhorando a microcirculação.
EGF (Fator de crescimento epidérmico): acelera a regeneração epidérmica, ativa os queratinócitos e os fibroblastos.
IGF e IGF-1 (fatores de crescimento semelhantes à insulina): estimulam o crescimento celular e a síntese de proteínas.
FGF (fator de crescimento fibroblástico): apoia a angiogénese, a migração e a diferenciação dos fibroblastos.
IL-1, IL-6, IL-8 (Interlequinas 1, 6, 8) eTNF-α (Fator de necrose tumoral-alfa): modulam a resposta inflamatória e participam na regulação da atividade imunológica.
Classificação do PRP
Existe uma diferença entre os vários tipos de terapia de plasma, dependendo da composição e concentração.
Segundo a composição dos componentes principais
P-PRP (PRP puro): plasma com alta concentração de plaquetas e quantidade baixa de leucócitos.
L-PRP (PRP com leucócitos): plasma rico em plaquetas e leucócitos.
PRF (fibrina rica em plaquetas): plasma gel sem adição de anticoagulante, que é um coágulo de fibrina com elevada concentração de plaquetas.
L-PRF: coágulo de fibrina rico em plaquetas e leucócitos.
Preparações combinadas: variantes do PRP, complementadas com ácido hialurónico, células estaminais ou outros componentes biologicamente ativos.
Por concentração de plaquetas
PRP LC: baixa concentração (até 750 × 10⁹/l).
PRP MC: concentração média (750–1200 × 10⁹/l).
PRP HC: alta concentração (>1200 × 10⁹/l).
Por ativação
NA-PRP: PRP não ativada.
A-PRP: PRP ativada.
Por quantidade de leucócitos
LL-PRP: quantidade baixa de leucócitos (<4 × 10⁹/l).
ML-PRP: contagem normal (4–9 × 10⁹/l).
HL-PRP: contagem elevada (>9 × 10⁹/l).
Técnicas de Terapia com PRP
Existem numerosos métodos para realizar este procedimento, mas todos eles incluem várias etapas básicas e evolutivas:
Etapa 1: Colheita de sangue
Dependendo do volume de plasma necessário, é colhida uma média de 10 a 200 ml de sangue venoso em tubos de coleta de sangue a vácuo ou seringas padrão com um anticoagulante. Os anticoagulantes podem ser citrato ou heparina sódica, heparina de lítio, bem como conservantes complexos.
Colheita de sangue venoso
Etapa 2: Centrifugação
O PRP é obtido por centrifugação a um ou dois tempos. Durante a centrifugação o sangue vai
ser separado em diferentes camadas, três frações principais:
Colocação do tubo com sangue na centrífuga
Fração eritrocitária (camada inferior): vermelho escuro, contém glóbulos vermelhos, não é utilizada.
Plasma rico em plaquetas (PRP, camada média): amarelo escuro, parte terapêutica principal (concentração de plaquetas 3 a 7 vezes superior ao normal).
Após a purificação, aplicação de anestesia local e desinfecção da pele, o produto obtido é administrado por via subcutânea ou intradérmica com agulhas finas (30–32G) ou cânulas, ou por microagulhamento. Profundidade de injeção é de 1 a 4 mm, dependendo da área.
Administração de PRP
Etapa 5: Cuidados pós-procedimento
Durante as primeiras 48 horas, recomenda-se: proteção contra os raios UV, evitar banhos/saunas quentes, limitar a atividade física intensa.
Número de sessões recomendadas: 3 a 6 procedimentos com intervalos de 2 a 4 semanas.
Indicações
A terapia PRP (plasma rico em plaquetas) é utilizada em cosmetologia para tratar uma vasta gama de problemas:
Rejuvenescimento facial e corporal
Melhoria da textura e firmeza da pele.
Redução das rugas finas (bioestimulação).
Restauração da luminosidade e hidratação da pele (especialmente quando combinado com ácido hialurónico).
Correção de pigmentação e cicatrizes
Tratamento de cicatrizes e marcas pós-acne (estimulação da neocolagénese).
Tratamento da hiperpigmentação.
Reabilitação após o tratamento a laser e cirurgias plásticas.
Comparação do estado da pele antes e depois de procedimentos de terapia PRP
Tratamento da alopecia
A terapia capilar com PRP melhora a microcirculação, ativa o metabolismo folicular e prolonga a fase anágena.
Diminui a queda de cabelo.
Aumenta a espessura do cabelo e a densidade capilar.
É utilizada durante reabilitação pós- transplante capilar.
Contraindicações e efeitos secundários
A terapia PRP é considerada eficaz e possui um alto perfil de segurança, mas em determinadas situações clínicas deve ser feita com cautela.
Contraindicações absolutas:
Cancro.
Doenças do sangue (coagulopatias, trombocitopenias, anemias).
Infecções ativas.
Hepatite viral B, C, VIH.
Doenças autoimunes.
Contraindicações relativas:
Gravidez e lactação.
Uso de anticoagulantes.
Exacerbação de doenças crónicas.
Processo inflamatório grave no local da administração.
Herpes agudo.
Intolerância individual ao procedimento (rara).
Efeitos secundários:Geralmente, são apenas reações locais: inchaço, vermelhidão e uma ligeira dor no local da injeção. Também podem ocorrer pequenos sangramentos, coceira leve ou endurecimento onde a injeção foi aplicada.
Esses sintomas normalmente desaparecem por conta própria em poucas horas ou dias e não precisam de tratamento específico. As reações sistémicas são extremamente raras.
Benefícios e desvantagens do método
Vantagens:
Alta biocompatibilidade: ausência de reacções alérgicas graças ao uso do próprio sangue (plasma autólogo).
Recuperação rápida: as marcas da injeção são mínimas.
Naturalidade: estimulação dos processos regenerativos do próprio organismo.
Eficácia: melhoria comprovada da qualidade da pele e do cabelo.
Limitações:
Ausência de uma estandardização única (tubos diferentes podem dar resultados diferentes).
Requer o tratamento em ciclo.
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Aplicação do PRP em outras áreas da medicina
Para além da cosmetologia, este método é muito utilizado em:
Ortopedia e medicina desportiva: tratamento de tendinopatias, rupturas tendinosas e osteoartrite (redução da dor, recuperação acelerada).
Odontologia e cirurgia maxilofacial: enxerto de implantes, tratamento de periodontite e osteonecrose (regeneração do tecido ósseo).
Ginecologia e urologia: recuperação das mucosas, tratamento da incontinência urinária, melhoria da função erétil.
Neurologia: tratamento da síndrome do túnel cárpico, neuropatias, restauração dos nervos periféricos.
FAQ
1. Qual é a diferença entre a terapia PRP e a terapia de plasma?
A principal diferença está na concentração de plaquetas. Na terapia clássica de plasma, utiliza-se plasma nativo, cuja concentração de plaquetas corresponde ao nível no sangue. A terapia PRP utiliza plasma com uma concentração de plaquetas 3 a 7 vezes superior à normal (até 1.000.000/μL ou mais). Isso proporciona um efeito regenerativo e estimulante mais pronunciado.
2. A terapia PRP é dolorosa?
O procedimento é realizado sob anestesia tópica local (creme), tornando-o bastante confortável. É possível sentir uma leve dor no momento da introdução da agulha, especialmente em áreas sensíveis (couro cabeludo, área ao redor dos olhos).
3. É necessária alguma preparação especial para o procedimento?
Sim. Recomenda-se evitar o álcool, alimentos gordurosos e fritos, e beber muita água 2 a 3 dias antes do procedimento. É aconselhável fazer um hemograma completo antes do tratamento para despistar anemia ou baixa contagem de plaquetas, uma vez que estes fatores afetam diretamente a eficácia do procedimento. O ideal é realizar o procedimento em jejum.
4. Quantas sessões de PRP são necessárias para obter um efeito visível?
Um tratamento padrão consiste em 3 a 6 sessões. Os primeiros resultados (melhoria do aspeto da pele, hidratação) são visíveis após 1 a 2 sessões. No tratamento capilar, observa-se uma redução da queda de cabelo após 2 a 3 sessões, sendo que o crescimento de novos fios é observado no final do tratamento.
5. É possível ter alergia ao PRP?
Não existe risco de reação alérgica ao seu próprio plasma. Reações a anticoagulantes ou anestésicos são extremamente raras, por isso é importante informar o médico sobre qualquer alergia a medicamentos.
6. O PRP pode ser utilizado para o acne?
Sim, a terapia PRP para acne é eficaz na fase de remissão. Os fatores de crescimento ajudam a eliminar as manchas e a prevenir a formação de cicatrizes. Na fase aguda da inflamação, o procedimento não é realizado.
Vladulescu D, Scurtu LG, Simionescu AA, Scurtu F, Popescu MI, Simionescu O. Platelet-Rich Plasma (PRP) in Dermatology: Cellular and Molecular Mechanisms of Action. Biomedicines. 2023 Dec 19;12(1):7. doi: 10.3390/biomedicines12010007. PMID: 38275368; PMCID: PMC10813350.
3.
Nilforoushzadeh MA, Roohaninasab M, Behrangi E, Jafarzadeh A, Nouri M, Zare S, Zare S. Phase I Clinical Trial: Evaluating the Efficacy, Safety, and Patient Satisfaction of Platelet-Rich Plasma (PRP) Injections and Microneedling for Androgenetic Alopecia Treatment. J Cosmet Dermatol. 2025 Sep;24(9):e70408. doi: 10.1111/jocd.70408. PMID: 40960112; PMCID: PMC12442246.
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