Anemização

Anemização é um procedimento terapêutico e diagnóstico que envolve a criação intencional de isquemia local temporária (exsanguinação) da mucosa por meio da aplicação de vasoconstritores tópicos.

O principal objetivo do procedimento é reduzir o fluxo sanguíneo e o edema da mucosa. Isso ajuda a melhorar as condições para intervenções cirúrgicas, exames diagnósticos ou aumentar o efeito de anestésicos locais. A anemização é utilizada principalmente na otorrinolaringologia e na odontologia.

Metodologia de implementação e mecanismo de ação

A manipulação é realizada por meio de aplicação de cotonete ou torunda embebido em uma solução vasoconstritora na área desejada da mucosa (por exemplo, na cavidade nasal). O mecanismo de ação é baseado na estimulação dos receptores alfa-adrenérgicos nas paredes das pequenas artérias e arteríolas, levando ao seu espasmo e à diminuição rápida do fluxo sanguíneo local.

Principais medicamentos utilizados:

• Solução de epinefrina (adrenalina). Possui o efeito vasoconstritor mais potente e rápido, porém de curta duração.
• Derivados da imidazolina. Este grupo inclui descongestionantes nasais comuns, como xilometazolina e oximetazolina.

Importância clínica

Na prática clínica, a anemização é utilizada para atingir os objetivos a seguir:

• Redução do sangramento tecidual durante cirurgias (por exemplo, na septoplastia ou na cirurgia endoscópica dos seios paranasais, também conhecida como FESS).
• Melhoria da qualidade de visualização de estruturas anatômicas durante endoscopia diagnóstica.
• Prolongamento da ação dos anestésicos locais ao retardar sua absorção no fluxo sanguíneo.

Apesar do uso tópico, a absorção sistêmica de vasoconstritores é possível, o que pode levar a efeitos colaterais (taquicardia, elevação da pressão arterial). O procedimento é contraindicado em pacientes com hipertensão arterial grave, tireotoxicose e glaucoma de ângulo fechado.